Search This Blog

Wednesday, April 20, 2011

Nasce a idéia de Cultura

Neda Bezerra
A etnografia mudou totalmente seu curso em 1870 com a descoberta da idéia de cultura.  A partir de então as diferenças entre os mais diversos povos não mais tinham que ser atribuídas a fatores genéticos, ao clima, ou a desintegração moral.  Em meados de 1860 a idéia de evolução tomou conta da Europa e dos Estados Unidos.  Apesar de essa idéia ser muito antiga e poder ser rastreada aos Romanos, somente em meados de 1800 ela começou a aparecer em trabalhos, como, por exemplo, os do filósofo inglês Herbert Spencer (1820-1903).   Em 1859, Charles Darwin fez algo novo e ousado em seu livro A Origem das Espécies demonstrando como uma velha idéia de evolução poderia ser aplicada à biologia.  
Herbert Spencer
A idéia de evolução da cultura, como Spencer havia escrito, atraiu muito os pensadores do século XIX e foi mais aceita do que a idéia de evolução biológica que desafiava noções religiosas sobre a criação dos seres humanos. O Darwinismo ganhou a hostilidade eterna das seitas fundamentalistas que interpretam a Bíblia literalmente, e somente em 1997 o Papa João Paulo II reconheceu que a evolução e a vontade de Deus não estão necessariamente em oposição. 

Dois livros, ambos publicados em 1871, mudaram a maneira através da qual as diferenças entre os povos eram explicadas, mundando completamente a forma como as pessoas passaram a olha o Outro.  Esses dois livros – Primitive Culture (Cultura Primitiva) de Edward Burnett Tylor e Systems of Consanguinity and Affinity (Sistemas
de Consangüinidade e Afinidade) de Lewis Henry Morgan – apresentaram muitos fatos conhecidos sobre outros povos, entretanto, sob uma luz totalmente nova.  Eles marcam o início formal da antropologia cultural.   Algumas das idéias apresentadas por Tylor e Morgan estão fora de moda hoje em dia, mas a forma como eles organizaram os fatos nesses livros deram-nos um modo absolutamente novo de olhar outros povos. 

Edward Burnett Tylor (1832-1917) era um inglês Quaker. Por causa de sua fé, ele não foi admitido em nenhuma universidade inglesa na década de 1850 - apenas os membros da Igreja da Inglaterra podiam cursar as universidades, pois, naquela época, havia o que chamamos hoje em dia de preconceito religioso.  Tylor, por conseguinte, foi trabalhar no negócio do seu pai, uma próspera fundição de latão. Entretanto, em meados de seus vinte anos, ficou doente. Seu médico recomendou repouso e viagensTylor primeiro foi para Cuba, onde se juntou a Henry Christie, outro Quaker e amigo de seus paisDe lá eles partiram para o México, por onde fizeram uma turnê de seis meses. Quando Tylor recuperou a saúde e retornou à Inglaterra, escreveu Anahuac, ou O México e os Mexicanos, Antigo e Moderno. Intelectualmente, esse livro não foi considerado mais do que um livro de viagem; entranto, cimentou o interesse de Tylor pelos povos nativos do México e seus antepassados.
Edward Burnett Tylor
Este texto está incompleto.  Outra parte dele será postada em breve.  Neda Bezerra.

No comments:

Post a Comment